sábado, 19 de fevereiro de 2011


Logo Olimpíadas Rio 2016 | Fred Gelli


logo rio 2016 Logo Olimpíadas Rio 2016 | Fred Gelli

Nada mais justo do que abrir o ano de 2011 com um post sobre aquilo que mais gostamos, criatividade em ação. O termo é piegas, mas é justo. Em 2010, focamos diversos assuntos para promover a inspiração e vamos continuar mantendo essa linha para aumentar o seu repertório de ideias. Vamos lá!

Na virada do ano, em Copacabana, foi anunciada a logo das Olimpíadas do Rio de 2016 e, diferente do que a opinião pública diz da logo da Copa 2014, essa ficou espetacular.

Em um concurso entre 139 agências brasileiras, a escolhida foi da agência Tátil Design de Ideias, sob o comando do designer Fred Gelli. Figura nova para quem não é da área e mestre conhecido no ramo, Fred tem em seu portfólio a Brastemp, a campanha Viva-Positivamente da Coca-Cola, Tim Festival e Nókia Trends.

Especialista no assunto, o designer já deu entrevista para o BlueBus em 2008, enfatizando a importância do design no discurso da marca e participou do 1º Encontro – Pensando o Futuro das Marcas. Claro que a criação da logo das Olimpíadas não é trabalho de uma pessoa só, foi um trabalho a quatro, seis, desesses mãos. Assista ao vídeo feito pela própria Tátil contando como a marca foi criada.

logo paodeacucar 540x211 Logo Olimpíadas Rio 2016 | Fred Gelli

Inspirada no Pão de Açúcar, a marca tem uma característica inovadora nas Olimpíadas, a logo do Rio 2016 tem uma versão 3D que ficará a mostra durante os jogos.
Assista também ao vídeo de divulgação da marca criado pelo Comitê Organizador.

Postado por André

http://www.repertoriocriativo.com.br/2011/01/01/branding/logo-olimpiadas-rio-2016-fred-gelli/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Capital de Sergipe e da qualidade de vida, Aracaju tem estrutura de cidade grande com clima de interior



















Capital de Sergipe e da qualidade de vida, Aracaju tem estrutura de cidade grande com clima de interior
Arte UOL
Em abril de 2008, Aracaju surpreendeu o Brasil ao ser declarada pelo Ministério da Saúde a capital brasileira que oferece aos moradores a melhor qualidade de vida do país. E boa parte das razões que fazem a capital sergipana conseguir tal indicativo pode ser sentida pelos visitantes em apenas uma caminhada pelas ruas da cidade.

O grande diferencial é contar com toda a estrutura de capital, mas com um jeitinho de cidade do interior, onde as ruas não estão superlotadas de pedestres ou carros, o ar é puro e as pessoas se conhecem pelo nome e tratam os visitantes com alegria e cordialidade. Só não se esqueça de ter sempre uma garrafinha d'água em mãos, pois o calor é intenso.

Com pouco mais de 520 mil habitantes, de acordo com o Censo de 2007, Aracaju é um convite para longas caminhadas. Nos agradáveis calçadões da Orla de Atalaia e da avenida Beira-Mar, no bairro 13 de Julho, é possível saborear a brisa constante enquanto se acompanha a sucessão de belas imagens do mar ou da vegetação que cobre o mangue, ambiente sobre o qual boa parte da cidade foi construída desde 1855, ano da inauguração, por Inácio Joaquim Barbosa, então presidente da província de Sergipe. As ruas, incrivelmente limpas, aumentam o prazer do passeio, feito tanto sozinho como em família.

De carro ou ônibus, a sensação não se altera. É simples e rápido alcançar praias e pontos turísticos em toda a cidade, pois a quantidade de veículos em Aracaju não se compara à das grandes metrópoles. E, se faltar o carro, não se preocupe: vá de táxi. A quantidade de empresas concorrentes que oferecem esse serviço é tão grande que a corrida fica incrivelmente barata, mesmo para as localidades mais distantes.

Aracaju tem opções para visitantes de todos os gostos. O entretenimento massivo está garantido em janeiro e julho, com o Pré-Caju, prévia do Carnaval, e o Forró Caju, a maior festa de São João em uma capital brasileira, que reúne 100 mil pessoas por dia gratuitamente nas ruas do centro. Já nas praias é possível encontrar locais com muita gente e barracas com toda a estrutura de atendimento, como na praia do Robalo, ou curtir a sensação de ilha deserta, como em Mosqueiro. Apenas meia hora de carro separa ambas.

Nas boates, forró e música eletrônica podem dividir os mesmos espaços. Com diversos ambientes noturnos que combinam os mais diferentes estilos com harmonia, as entradas, comidas e bebidas são baratas, as pessoas, bonitas e o acesso, facilitado. Vale a pena separar uma noite inteira para desbravar as promoções da Passarela do Caranguejo, na Orla, onde o famoso crustáceo da cidade chega em generosas porções de exemplares imensos.

O diminuto tamanho da capital, assim como o do Estado em si, facilita a integração das regiões no turismo. É possível partir de Aracaju em direção a numerosos passeios no interior sergipano, como na hidrelétrica de Xingó, a ilha de Santa Luzia e o parque Boa Luz, todos localizados fora do município, e até mesmo fazer um passeio de barco até Mangue Seco, terra de Tieta do Agreste, já no extremo norte da Bahia, e voltar com tranqüilidade no mesmo dia.

Apesar da pouca idade da capital sergipana, o turismo histórico também tem sua vez. A proximidade de locais fundamentais para a história da fundação da cidade facilita a compreensão da configuração urbana de Aracaju e a evolução das ruas e bairros a partir do centro histórico, construído com o formato de um "tabuleiro de xadrez", com ruas cruzadas e quarteirões de fácil localização e traslado. Caminhar pelo centro é arriscar-se a topar frequentemente com edifícios do século 19 com muita história para contar. A presença de um guia é desejável para desvendar o passado misturado ao cotidiano.

Gozar das facilidades da tranqüilidade de Aracaju aliada à estrutura crescente da cidade é um convite a repetir a viagem em pouco tempo. Não raro, há turistas que, seduzidos pelo diferencial da capital, aproveitam a forte expansão imobiliária do local para garantir a compra de um terreno e mudam-se para Aracaju em definitivo, prolongando a sensação de feriado. É um risco a se correr diante da experiência de se conhecer a capital da qualidade de vida.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Entre o Brasil e a África: abordagens sobre a cultura Afro-Brasileira.

Entre o Brasil e a África: abordagens sobre a cultura Afro-Brasileira

Célio Roberto Pereira



O que falar sobre cultura Afro-Brasileira que não seja sobre a escravidão? Tal pergunta pode causar estranheza, mas demonstra exatamente a compreensão do papel do negro na sociedade brasileira e sua trajetória histórica da África até o Brasil, até mesmo este artigo que pretende levar ao leitor um mínimo de esclarecimento sobre o tema, carrega em suas palavras muito dos preconceitos historicamente estabelecidos, mesmo quando já nos referimos a África como uma unidade, sem particularidades regionais e culturais ou quando ao introduzirmos o tema tivemos que iniciar escrevendo sobre escravidão.

Tratar o continente africano como diz Serrano (Serrano, et al; 2007) despojado de particularismo é esquecer a raiz histórica do negro, negando portanto o entendimento de qualquer aspecto de sua história, inclusive o cultural, essa negação tem levado a criação de diversos estereótipos quanto as civilizações africanas que impregnam a mentalidade das pessoas deste lado do atlântico, como se refere Serrano dizendo que os europeus reduziram os africanos à condição de “tribos” privadas de identidade cultural, mais que isso negaram os créditos de qualquer habilidade tecnológica e intelectual desenvolvida no continente africano, classificando povos com forte tradição oral como analfabetos, lhes impondo dificuldades que só existiam na mente dos europeus , principalmente no que dizia a respeito da prática do comércio e outras atividades que envolviam uma estruturação mais concreta social e política.

No entanto, essa visão estereotipada do negro na sociedade brasileira e a deturpação de sua raiz histórica encontraram no Brasil, mesmo durante o período colonial e imperial uma grande resistência, a qual será analisada e um ponto mais adiante porque de imediato é importante ressaltar que essa visão estereotipada tem agravantes a partir do século XIX quando segundo Viana, começa a se tentar hierarquizar a sociedade através da noção de “raça”, incluindo e excluindo determinados grupos étnicos da construção aqui no Brasil da idéia de nação e identidade nacional, diversos cientistas e teóricos da época viam não somente no negro como nos mestiços, ampliando o preconceito a todos aqueles que tinham uma “mistura” de “raças” e os tomando como elemento causador do enfraquecimento da sociedade brasileira em todos os seus aspectos, essa visão bestializada se concretizava como sendo a maioria da população, essa visão com o tempo foi atenuada com a esperança do branqueamento da população, como nos diz Viana, acreditava-se ser o processo natural dentro dessa “mestiçagem”. Tal visão da população mestiça tem uma mudança considerável com os debates ocorridos durante o século XX, colocando em outra posição o negro e o mestiço, como na obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala que, expõem nos dois extremos da sociedade colonial o negro e o senhor de engenho, porém fazendo um debate maior sobre o papel do mestiço, seja nas relações de trabalho, sexuais e nas trocas culturais, evidenciando desde já não somente uma relação “racial” ou cultural entre a sociedade do Brasil colonial e sim como nos diz Viana (p.42, 2007) “um movimento hierárquico perpassado por relações de poder, capazes de influenciar nas relações de indivíduos” dinamizando as expressões da esfera social do Brasil escravista.

Nesse mesmo tocante, ainda no Brasil colonial, percebemos que a distinção do negro quanto elemento étnico e pertencendo a um grupo cultural, era em certa medida determinada pelos não africanos, tal distinção não partia de uma afirmação cultural e sim de uma imposição dos que viam no negro africano certas características que possibilitavam reuni-los sob denominações que eles não conheciam, eram suas aptidões físicas, seus traços de comportamento, a região onde foram capturados que determinavam o que eles eram aqui no Brasil, seja em Minas Gerais ou em outras regiões, a não percepção das singularidades dos povos que aqui foram trazidos criava todo um aparato de significações que não condiziam com a realidade cultural dos africanos e sim a lógica do tráfico negreiro e seu desenrolar nas Américas, assim Rezende (in PAIVA et al; p. 345, 2008) nos diz que “as nações africanas foram inventadas, imaginadas, ou mesmo, descobertas [...].” Os não africanos imputavam origens e representações aos africanos” na tentativa de reduzi-los ao que eles “valem” na comparação com os seus conterrâneos da África.

Rezende (in PAIVA et al; 2008) ainda nos fala que apesar dessa tentativa de “reduzir o outro”, as identidades étnicas dos africanos ainda sobreviveram, em alguns traços neste lado do atlântico que eram perceptíveis ao restante da população, porém somente faziam sentido quando inseridos em determinado grupo étnico, é o caso de muitas manifestações culturais como as línguas e as escarificações que passavam desapercebidas pela lógica não africana, no entanto, tiveram importante papel na construção que chamamos de identidades históricas. Porém, não podemos deixar de ressaltar que nem todas as manifestações culturais africanas eram impermeáveis e aceitas no novo mundo, Amantino (2008) nos lembra que muitas práticas culturais africanas eram tidas como satânicas, demoníacas, ressaltando o estereótipo de se construía principalmente sobre as práticas religiosas dos negros e que muitas dessas práticas e de outros elementos culturais sobrevieram no Brasil principalmente por causa da preocupação da estrutura escravista em não negar totalmente o espaço cultural do negro, suas manifestações religiosas, não por questão de respeito e sim pela própria lógica escravista pois para Amantino (in PAIVA et al; p.259, 2008)


“Ao mesmo tempo que as reuniões dos cativos eram momentos de sociabilização e de diminuição de tensões, eram também de arranjos e de reafirmação dos valores africanos ou de valores já adaptados a uma nova cultura negra que os senhores gostariam de ver eliminados.”


Essa “negociação” do espaço destinado às manifestações culturais dos cativos demonstra não somente a resistência desses elementos culturais, mas também a percepção de próprio escravo no contexto em que ele está inserido, não é a sua denominação que aqui recebeu que vai ditar seu comportamento cultural, a dificuldade de se agrupar todos os elementos culturais que existiam na África, fez surgir novos elementos que se incorporaram, se misturaram, às vezes passaram desapercebidos, outras tiveram que ser aceitos ou quando suprimidos, eram praticados as escondidas.

Essa supressão que nos referimos no texto, seja pelo preconceito, seja pelo medo do que poderia acarretar as manifestações culturais dos cativos, vem em grande parte da tentativa de evangelização dos negros e da redução de suas práticas religiosas , o que nos remete ao imaginário religioso da época escravista em questão e da tentativa como nos diz Dias (in PAIVA et al; p.294, 2008) de justificar a escravidão. Tal evangelização com esse pressuposto acarretou muitos querelas entre a Igreja na Europa e seus representantes no Brasil, havia pouca vontade em se cumprir o que se determina as bulas da Igreja, pois ao se tornar o cativo cristão em todos os aspectos era entrar em conflito com a própria estrutura da escravidão, eram precisos caminhos alternativos que permitissem a existência da escravidão sem entrar em conflito com o que determinava a Igreja, muitas vezes tais caminhos, eram encontrados simplesmente na omissão de algumas práticas religiosas que deviam ser cumpridas com os cativos, como o batismo por exemplo, abrindo brechas para a existência da práticas religiosas pelos escravos “longe” dos olhos da Igreja que mostrava-se conivente com tais ações, pois em certa medida eram elas que permitam alguma harmonia entre o sistema escravistas e o poder clerical.

Um outro caminho de se lidar com as intempéries das discussões entre os escravistas e a Igreja era esta criar documentos que legitimassem a prática da escravidão sem negar algumas praticas católicas aos cativos, como no caso do matrimônio que fora da lógica escravista garantia ao homem que se casava, de acordo com o direito canônico romano a condição de Pater Famílias, de senhor da sua própria família, algo totalmente contraditório dentro da escravidão que eram resolvido, estabelecendo documentos que negavam essa condição ao escravo e ao mesmo tempo a vigia sob às praticas religiosas dos africanos se reduzia como mecanismo atenuador das relações entre os cativos, a Igreja e os donos de escravos.

Essas relações mantidas entre todas as sociedades escravistas e aqui tratadas diz respeito principalmente ao Brasil, é importante ressaltar a diferença explicitada por Ira (p. 21, 2006) no que tange as sociedades com escravos e as sociedades escravistas:


“Nas sociedades escravistas, diferentemente, a escravidão estava no centro da produção econômica, e a relação senhor-escravo fornecia o modelo para todas as relações sociais: marido e mulher, pai e filho, empregado e empregada. Desde as mais estreitas ligações entre homens e mulheres até as conexões mais públicas entre governante e governado, todas as relações mimetizavam a escravidão[...].”


É por este viés que temos que entender como se estruturou todo o pensamento não só sobre a cultura africana mas a tudo que se refere ao mundo negro, esta lógica de dominação, preconceito e estereótipos da figura do negro que ditou as regras do pensamento e do imaginário dos brasileiros sobrevive até hoje, quando falamos de África, automaticamente associamos a escravidão ou a tribos desorganizadas, reduzimos nosso conhecimento referente a esse continente à escravidão, tratamos sempre desse assunto por este viés, e os conduzimos historicamente até a abolição em 1888, como se neste ano se esgotasse o tema e suas abordagens, não podemos esquecer que o negro seja livre seja cativo não desaparece após a abolição.

O importante é não esquecer que no contexto social em que vivemos hoje há muito de herança ao se tratar de África, seja pelas manifestações culturais que foram trazidas para esse lado do atlântico, seja pelas feridas e preconceitos deixados pela escravidão, a sociedade escravista não criou o preconceito de raça, no entanto, a pós-abolicionista o instaurou e legitimou seu discurso ora por métodos científicos, ora por práticas enraizadas na sociedade.

A inserção do negro e dos elementos culturais Afro-Brasileiros tem se dado a passos díspares na sociedade à medida que temos traços Afro-Brasileiros tomados como legítimos representantes do que é este Brasil, a uma negação do espaço do negro em algumas esferas sociais legitimada pelo mito de democracia racial e pelo discurso do preconceito às avessas. Para se afirmar cultural e socialmente o negro não necessita mais se esconder, porém, ainda tem de negociar essas práticas que por muitos anos lhes foram negadas.

O primeiro passo para inserir os valores culturais dessa etnia é ver a África, não negando a escravidão, mas indo muito além, pois assim como os Portugueses os povos africanos já conheciam a escravidão, porém conheciam também a liberdade das manifestações culturais, o comércio, a escrita, organizações políticas e estruturas urbanas e religiosas complexas, o que veio daquele continente foi muito mais que força de trabalho, um conjunto de práticas e pensamentos que modificaram o Brasil Colonial e estruturam a sociedade moldando o Brasil que se mostra hoje, não em termos de raça mas em termos de cultura, política e religião, esse processo ainda está em construção no debate hoje travado sob este novo enfoque que é a cultura Afro-Brasileira.


REFERÊNCIAS

IRA, Berlin. Gerações de cativeiro. Trad. Júlio Castañon. Rio de Janeiro: Record, 2006.

PAIVA, Eduardo França. IVO, Isnara Pereira, org. Escravidão Mestiçagem e histórias comparadas. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: PPGH – UFMG; Vitória da Conquista: Edunesp, 2008.

SERRANO, Carlos; WALDMAN, Maurício. Memória D’África: a temática africana em sala de aula. São Paulo: Cortez Editora, 2007.

VIANA, Larissa. O idioma da mestiçagem – as irmandades de pardos na américa portuguesa. São Paulo: UNICAMP, 2007



Leia mais: http://historiofobia.blogspot.com/2010/11/entre-o-brasil-e-africa-abordagens.html#ixzz1E0agRSwb

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Papel da tecnologia na educação é enfatizado em seminário

Foto da Notícia

“É preciso mudar o modo de ensinar e aproveitar a oportunidade que as tecnologias da informação e da comunicação oferecem nos dias de hoje”. Esse argumento foi defendido pelo coordenador editorial da TV Cultura, de São Paulo, Carlos Seabra, durante o I Seminário de TI na Educação, realizado nesta quarta-feira, 16, em Porto Alegre. Segundo Seabra, a partir da apropriação de tecnologias, educar transformou-se não somente em ensinar, mas também em mostrar melhores caminhos para construção do conhecimento.

Para utilizar novas tecnologias no processo de ensino, devemos observar alguns fatores, de acordo com Seabra, tais como: aprender a qualificar os erros dos alunos, reconhecer padrões, saber se comunicar, articular-se em rede, saber pesquisar para ajudar os estudantes no momento da seleção de informações, ter prazer intelectual e formar alunos para serem eternos aprendizes.

O consultor educacional da Fundação Bradesco, Marco Teles, explicou que a escola, em especial o professor, desempenha um papel importante da análise das informações obtidas por meio dos suportes tecnológicos. “Antigamente a informação era restrita e confiável, mas hoje ela é abundante e pouco confiável. Portanto, cabe à escola a tarefa de analisar as informações e saber selecionar”, afirmou. Para Teles, a aplicação de tecnologias na educação passa pelas seguintes fases: adoção, adaptação, apropriação e criação. “Os professores e gestores devem encarar essas etapas para aplicar efetivamente ferramentas de TI em práticas pedagógicas”, argumentou.

A coordenadora de Educação e Tecnologia do Instituto Ayrton Senna, Adriane Martinelli, apresentou exemplos de educadores que utilizam ferramentas tecnológicas em sala de aula. “Encontramos a partir de ações do instituto experiências positivas que demonstram como é possível aplicar suportes de TI no dia-a-dia. Tanto professores como alunos se apropriam de blogs e outras ferramentas para compartilhar conhecimento, expor dúvidas e selecionar informações”, contou.

A parceria entre diferentes organizações sociais para estimular o uso de TI na educação foi enfatizada pela diretora operacional do Comitê para Democratização da Informática, Cinthya Game. “Poder público, iniciativa privada e terceiro setor devem somar forças para incentivar a aplicação de tecnologia na educação. Isso deve ser uma demanda de todos, porque os meios por onde transitam as informações pertence a todos os agentes sociais”, concluiu.

Mais de 1,3 mil educadores e gestores educacionais participaram do seminário de TI. A formação foi promovida pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Educação (SEC) e da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs)

sábado, 12 de fevereiro de 2011










A queda de Mubarak

O Estado de S.Paulo

Na noite de quinta-feira, a multidão que, reunida no centro do Cairo, há 17 dias exigia a renúncia do presidente Hosni Mubarak reagiu enraivecida ao discurso do ditador. Em vez de se despedir do poder, como esperavam todos, especialmente depois que o comandante militar do Cairo foi à Praça Tahrir comunicar à multidão que era iminente o desfecho da crise, Mubarak anunciou que estava transferindo alguns poderes para o vice-presidente Omar Suleiman, mas continuaria governando o país até as eleições de setembro.

Na sexta-feira, as manifestações se espalharam. No Cairo, grupos cercaram o palácio presidencial e a sede da TV estatal. As ruas de Alexandria e de Suez foram tomadas pelos manifestantes, que também paralisaram todas as cidades importantes do país.

No final da tarde, Hosni Mubarak e sua família se mudaram para a residência oficial de verão em Sharm-el-Sheik e, logo depois, o vice-presidente Omar Suleiman anunciava que o presidente havia renunciado ao cargo.

Mubarak já não contava, há dias, com o apoio das Forças Armadas - a instituição que sempre foi o sustentáculo d0s governantes egípcios e, desde a queda da monarquia, tem fornecido os presidentes do país. Isso ficou claro logo no segundo dia das manifestações, quando as Forças Armadas anunciaram que não reprimiriam a multidão concentrada na Praça Tahrir. Mas o Conselho Militar ainda não tinha condições para selar o destino da ditadura Mubarak.

O discurso de Mubarak, na quinta-feira, resolveu o problema. Seu objetivo era ganhar tempo, prometendo pequenas mudanças que não satisfariam o povo. Este, por sua vez, não se deixou enganar e, apesar da falta aparente de coordenação dos protestos, a insatisfação se alastrava. Além disso, associavam-se à multidão sindicatos prontos para paralisar a economia do país.

Só as Forças Armadas podiam romper o impasse - e foi o que fizeram. Na verdade, os egípcios estavam esperando, há alguns dias, que o Conselho Militar obrigasse Mubarak a deixar o poder. A ditadura dos últimos 30 anos destruiu toda forma de organização política - exceto o partido oficial e legendas satélites -, e no Egito, ao contrário do que ocorre em outros países muçulmanos, as organizações islâmicas radicais não medraram. Expelido o ditador, restavam as Forças Armadas para preencher o vácuo de poder.

Mubarak pretendia, transferindo atribuições para Omar Suleiman, manter o poder ao seu alcance. O Conselho Militar não aceitou essa solução. O Parlamento - produto de eleições escandalosamente fraudadas - e o gabinete ministerial serão dissolvidos, como parte da obra de demolição das estruturas ditatoriais que o povo egípcio não aceita mais. E o governo de transição será exercido pelo Conselho Militar, liderado pelo general Mohamed Tantawi, e pelo chefe da Suprema Corte Constitucional.

O Egito não se transformará numa democracia liberal da noite para o dia. Demandará tempo e muito esforço a construção de estruturas políticas livres. Aos militares que conduzirem o país durante a transição caberá propor as mudanças que encaminhem o país na direção mais do que claramente indicada pelas multidões que se reúnem na Praça Tahrir - e que precisam continuar mobilizadas.

O Egito tem sido o principal aliado árabe dos Estados Unidos. Recebe fartas subvenções que podem, a partir de agora, ajudar a reconstrução das estruturas políticas do país. Mas, para que isso aconteça, a liderança americana precisa conhecer melhor o que se passa no Cairo. Durante a crise, a posição do governo de Barak Obama foi lamentavelmente comprometedora. Ora apoiou os manifestantes, ora apoiou o ditador.

Na verdade, a despeito de todo o aparato de inteligência de que dispõem os Estados Unidos, a Casa Branca não foi informada, como observou o jornalista Jack Diehl, do Washington post em artigo reproduzido no Estado de ontem, de "que o Egito poderia explodir". O governo Obama já havia apoiado Mubarak, depois de revelada a fraude nas eleições parlamentares. Seu objetivo parecia ser, acima de tudo, preservar a estabilidade do Egito. O que fez foi contribuir para o endurecimento de um regime que já estava podre por dentro.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

 
Design by Cleilton Silva | Bloggerized by Cleilton Silva - |