sexta-feira, 14 de outubro de 2011

América Latina: os clichês e além

Clichê. Fiquei surpresa ao escutar certa vez de uma professora de alemão, cuja crueza seria odiosa se não contivesse uma lógica quase virginal, que os clichês são ferramentas do bem. Ao menos, “quando cumprem a função de dar noções sobre um povo ou um lugar a conhecer”. Todos precisam ser introduzidos uns aos outros, pensei eu, que, como muitos de nós, aprendi a temer o óbvio. E, desde então, presto atenção a lugares-comuns sem busca de alguma dose de informação útil.

Que seria de nós, latino-americanos, sem o clichê?

Wikicommons

Che: clichê tipo exportação ou parte da identidade cultural?


Nossos ícones são Che Guevara, Frida Kahlo, samba, cumbia, banana, milho, cores, toque, pobreza, corrupção, entre tantos outros, porque essas coisas, reais ou virtuais, estão presentes. Uma imagem exportada raramente é responsável pelos problemas de um lugar, e muito menos por suas verdades. Ou alguém ignora o autoritarismo alemão, a higiene francesa, a pontualidade britânica?

Mas uma coisa é a latinidade turística, outra é identidade cultural. Os clichês úteis podem dar conta da primeira.

A América Latina está em voga. Estranha constatação, uma vez que o termo se refere à região do continente americano onde se falam as línguas românticas, derivadas do latim. O fato é que essa geografia, que se estende do México à Patagônia argentina, recebe agora uma dose de atenção que, ao parecer, antes não merecia. Conquistamos um espaço sob a lente cultural e econômica do primeiro mundo em crise e também figuramos nos interesses de países chamados emergentes, como a China, além de outros lugares aos quais ainda não damos bola. Mais relevante do que isso é: há esforços de reconhecimento mútuo, aqui, entre vizinhos.

Nós, brasileiros, agora nos esforçamos para recuperar o tempo perdido, em que levamos a fama de “dar as costas” para o resto do subcontinente. Dar as costas: será que isso explica alguma coisa? Sempre houve distância cultural, mas o processo foi bastante mais complexo do que isso, e promover essa postura de indiferença não esclarece nada.

Eis um clichê inútil, que nem minha ex-professora defenderia.

Quem dá as costas para quem?

Os portugueses mapearam o Brasil como se fosse uma ilha, cercado por rios. Defenderam, desde o “descobrimento” do país, a criação de um território com fronteiras naturais – o que pode ser conferido na evolução da cartografia da época e também nas discussões sobre o Tratado de Tordesilhas e a partilha do território sul-americano com a Espanha. Quando impuseram o português como idioma oficial do Império, tiveram trabalho proibindo uma língua preponderante – um tupi influenciado pela colonização –, que reinava em todo seu vasto território. Essa “hegemonia” não existia do lado espanhol.

O mito da “Ilha Brasil” é amplamente estudado, e seus movimentos vão da Colônia à República, com justificativas geográficas, culturais, políticas e, finalmente, linguísticas. Foi adaptado e reforçado sempre que o momento pedia, como nos anos 1970, em que reinava o preconceito em relação ao termo “América Latina”. Nessa época, em que os Estados Unidos se esmeravam para varrer do mundo o pensamento revolucionário com sua Operação Condor, exaltar a latinidade era sinal de subversão.

Resultado? Seguimos até hoje divididos pelas ideias de Tordesilhas. E agora em que a referência do chamado Primeiro Mundo caminha a passos mancos, outra vez “somos da América e queremos ser americanos”. A história mostra que, em lugar de um ter dado as costas ao outro, somos frutos de interesses e modelos impostos e, só quando eles fraquejam, sentimos a necessidade de buscar nossas próprias referências.

Devidamente apresentados, chegou o momento de ir além do clichê.

Cara América

É do vigor e das várias caras desta América que pretende tratar essa coluna. De temas culturais – novos, passados e perdidos entre manchetes de jornal – que sejam relevantes e matem a saudável curiosidade dos interessados. Começo recomendando o videoclipe da canção “Latinoamérica”, recentemente lançada pelo Calle 13, duo porto-riquenho de hip hop que estourou em 2005, ao lançar seu primeiro álbum (homônimo).



Bastante reconhecido no eixo cultural do espanhol, o grupo composto pelos meio irmãos René Pérez (Residente) e Eduardo José Cabra (Visitante) mistura rap com ritmos populares latino-americanos, como reggaeton e cumbia. O estilo é direto: abundam o sexo e a violência, além de letras que denunciam os mais variados temas sociais da região.

Com as participações de três cantoras (a colombiana Totó la Momposina, a peruana Susana Baca e brasileira Maria Rita – sim, estamos aí), “Latinoamérica” consegue fazer uma bela colagem do que somos: “un pueblo sin pierna, pero que camina”. Vamos caminhando.


*Camila Moraes é jornalista e autora do blog La Latina.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ministro da Educação diz que vestibular é um mal para o ensino médio

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, quer reforma na educação, como aulas em tempo integral no ensino médio


Para o Ministro da Educação temos um grande caminho pela frente, principalmente por existir a dificuldade em ter estas mudanças aprovadas

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (10), durante a abertura do seminário Pensando o Desenvolvimento do Brasil, que aconteceu na Fundação Getúlio Vargas, no Rio, que o vestibular é um grande mal que se faz com a educação brasileira porque é usado como pedágio para o estudante chegar ao ensino superior.

» Haddad volta a defender Enem como substituto do vestibular» MEC coloca no ar site com tira-dúvidas do Enem 2011

» Os aspectos positivos e negativos de estudar em grupo para o Enem

Haddad disse que o Ministério da Educação (MEC) aposta na adoção cada vez maior do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como processo seletivo das instituições de ensino superior. Segundo ele, se o vestibular fosse bom outros países também teriam. Ele defendeu uma reforma educacional do ensino médio, com aulas em tempo integral nas escolas.

Sobre o Enem

O MEC vai promover a próxima edição do Enem nos dias 22 e 23 deste mês com o número recorde de 5,3 milhões de inscritos. Em 2012, o MEC vai realizar duas edições do exame, a primeira será nos dias 28 e 29 de abril e a segunda será no segundo semestre, provavelmente em outubro.


http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2011/10/11/876947/ministro-da-educaco-diz-vestibular-e-um-mal-ensino-medio.html

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Embratur lança site das 12 cidades-sede da Copa

Objetivo é apresentar os pontos turísticos brasileiros, com visualizações panorâmicas


A Embratur realizou hoje (30) o pré-lançamento de um site de divulgação das 12 cidades-sede da Copa do Mundo. A apresentação oficial ocorrerá no próximo dia 4, na Bélgica, durante o festival Europalis, com a presença da presidente Dilma Rousseff.

Por ora, o novo site traz imagens de cinco sedes do Mundial (Rio, Cuiabá, Curitiba, Manaus e Salvador). Até o início de 2012, todas as cidades terão imagens disponíveis.

O site Brasil 360°, segundo a Embratur, tem o objetivo de apresentar os pontos turísticos brasileiros com visualizações panorâmicas. Há também a possibilidade de interação do internauta.

A nova ferramenta do Ministério do Turismo está disponível no endereço www.braziltour360.com.

Fonte: http://www.copa2014.org.br/noticias/8155/EMBRATUR+LANCA+SITE+DAS+12+CIDADESSEDE+DA+COPA.html

Brasil lidera primeiro ranking de universidades latino-americanas



O Brasil, com a Universidade de São Paulo (USP) no topo, lidera com folga, à frente de México, Argentina e Chile, o primeiro ranking QS de Universidades latino-americanas, publicado esta terça-feira no site TopUniversities.com.


Impulsionado pelo aumento do investimento público em educação, o Brasil emplacou 65 universidades entre as 200 primeiras da lista, quase o dobro do México (35) e muito mais do que Argentina e Chile (25 cada).


Segundo os autores do estudo, as universidades brasileiras adquiriram oito dos dez primeiros lugares em produtividade de pesquisa e tiveram a maior proporção de acadêmicos com doutorado.

Eles destacaram, ainda, que o número de matrículas universitárias triplicou nos últimos 10 anos no Brasil.

"A economia brasileira já é a sétima do mundo e a Goldman Sachs previu que superará as de Canadá, Itália, França, Reino Unido e Alemanha nos próximos 20 anos", disse Ben Sowter, chefe de pesquisas do ranking QS.

"Enquanto muitos governos de países desenvolvidos cortam os gastos em universidades, os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) estão investindo grandes quantias de dinheiro na construção de universidades de nível internacional", avaliou o diretor da página TopUniversities.com, Danny Birne, para quem o denominador comum é que todos consideram a educação um "elemento chave" para seu desenvolvimento.

"Uma educação superior de nível mundial será central para seu desenvolvimento e o novo ranking QS mostra que os investimentos do Brasil já estão começando a colher frutos", acrescentou, em um comunicado.

A classificação é liderada pela Universidade de São Paulo, seguida da Pontifícia Universidade Católica do Chile, em segundo lugar, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em terceiro.

Com relação a outros países, a primeira instituição de ensino mexicana, a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), apareceeu em quinto lugar; em sexto está a primeira de 21 instituições colombianas, a Universidade dos Andes; e a primera da Argentina, a Universidade de Buenos Aires, em oitavo.

Nesta primeira edição do ranking regional, o QS se baseou em critérios específicos da América Latina, como a proporção de professores com doutorado, a produtividade de pesquisas per capita e a presença na internet, assim como pesquisas existentes.

Os pesquisadores, no entanto, se questionam se o Brasil poderá chegar a ser a próxima superpotência universitária.

No mais recente ranking QS das melhores universidades do mundo 2011, liderado pela primeira vez pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a USP só alcançou o 169º lugar, sendo a única instituição de ensino latino-americana entre as 200 melhores do mundo.


FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2011/10/03/brasil-lidera-primeiro-ranking-de-universidades-latino-americanas.jhtm


 
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